Quinta

A Romaneira é uma das maiores propriedades da região, com um total de 412 hectares e 3 quilómetros de frente de rio no rio Douro. As vinhas são plantadas em socalcos nas íngremes encostas da propriedade. Com muitos vales e promontórios, a Romaneira contém microclimas diversos e várias encostas expostas a sudeste, sul e sudoeste. Diversos vinhos da Romaneira são específicos do local e provêm de pequenas parcelas individuais dentro da Quinta. Outros vinhos como o Dona Clara ou o Reserva são provenientes de vários locais ao longo da Quinta, refletindo a complexidade e diversidade de toda a vinha. Todos os nossos vinhos são feitos exclusivamente de uvas da nossa vinha, uma característica distintiva dos vinhos da Quinta da Romaneira.

 

Vinha

A decisão de renovar a Romaneira em 2004 baseou-se na crença, justificada desde então pela extraordinária qualidade dos vinhos que temos conseguido produzir, de que a Romaneira possui um dos grandes terroirs vitícolas do Douro. As nossas vinhas velhas têm sido carinhosamente renovadas e tratadas. Foram também replantadas vinhas, oferecendo uma expressão mais ampla dos vários microclimas e terroirs individuais da Quinta. A vinha tem hoje 86 hectares plantados, principalmente com as castas nobres do Douro de Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Roriz e Tinto Cão, mas também uma proporção significativa de uvas brancas (Gouveio, Viosinho, Boal e Rabigato). Temos também vários hectares plantados com Syrah e Petit Verdot, ambas produzindo excelentes resultados na Romaneira, quer como vinhos varietais específicos do local, quer no lote de Dona Clara.

Adega

Embora a tecnologia não possa por si só fazer um grande vinho, sem as ferramentas certas até uma boa equipa com um grande terroir pode achar a vida difícil. Decidimos construir em 2005 uma nova adega na Romaneira. Para Christian Seely e Antonio Agrellos essa foi uma oportunidade há muito sonhada de construir, começando do zero, a adega ideal do Vale do Douro. A maioria das adegas do Douro estão longe de ser ideais, remontando às suas origens do século XVIII ou mesmo XVII. Isto torna-as muito pitorescas, mas geralmente não muito práticas. Na Romaneira conseguimos cavar um grande buraco no solo e depois construir a adega que queríamos fazer, dois terços subterrâneos (esteticamente muito bonita mas também muito prática para o armazenamento de vinhos em condições frescas e estáveis). Os nossos lagares são em aço inoxidável significando que além de todas as vantagens tradicionais da pisa a pé para o Vinho do Porto, também beneficiamos da capacidade técnica de os aquecer e arrefecer. A nossa adega é composta por cubas tronco-cónicas em aço inoxidável com temperatura controlada, o que nos dá a flexibilidade necessária para podermos expressar plenamente a personalidade da vinha da Romaneira.

História

Séculos XVIII e XIX
Em 1757, na altura das demarcações Pombalinas, já existiam parcelas de vinhas, bem como algumas das Quintas que passariam a fazer parte da Romaneira. Assim, 1757 é apenas o ano do registo oficial da Quinta (feito na altura de tais demarcações decididas pelo Marquês de Pombal), uma vez que as vinhas teriam sido plantadas algumas décadas antes.
O Padre Vilaça Bacelar herdou as terras da Romaneira em 1844 e não passou despercebido a Joseph James Forrester quando criou a sua gravura da Rua Nova dos Ingleses (hoje Rua Infante D. Henrique). O padre está entre as poucas figuras portuguesas residentes no Porto a serem retratadas, obviamente acompanhado por inúmeros ingleses. Curiosamente, a Romaneira tem, desde 2011, o seu escritório comercial nessa mesma rua da cidade do Porto. A Romaneira aparece também no famoso Mapa do Barão de Forrester, datado de 1843, com o nome "Quinta dos Reis". A abundância de rosmaninho dará mais tarde à propriedade o seu nome atual.
Ainda no século XIX, Joaquim de Souza Guimarães (cujas iniciais estão presentes no topo dum portão de uma das casas da Quinta, datada de 1854) teve a glória de ter produzido os vinhos do Porto de 1861 e 1863, que a casa de leilões britânica "Christie's" pôs à venda em 1872. Foi uma clara indicação do prestígio da marca, considerando que foi o primeiro Porto Single Quinta a ser ali leiloado.
São feitas várias referências à propriedade em obras por grandes autores do século XIX, tais como Henry Vizetelly que se dedicou ao estudo do Vinho do Porto. O Visconde de Vila Maior também classifica o vinho da Romaneira como "um dos melhores do Douro, notável pela sua suavidade, corpo e aroma". O mesmo Visconde referiu que a casta Tempranillo foi originalmente importada de Espanha e introduzida pela primeira vez no Douro, na Romaneira, sendo posteriormente denominada Tinta Roriz.
 
Século XX
Em 1942, Arnaldo Dias Monteiro de Barros comprou a Romaneira, integrando várias quintas vizinhas que entretanto adquiriu, o que fez da Romaneira uma propriedade extremamente grande pelos padrões do Douro.
 
SÉCULO XXI
Em 2004, Christian Seely (responsável desde 1993 pelo renascimento de outra propriedade distinta no Douro, a Quinta do Noval) transforma o seu sonho em realidade, reunindo um grupo de investidores para fazer a aquisição da Romaneira, uma propriedade com 412 hectares e mais de 3 quilómetros de frente de rio. Desde essa altura, a Romaneira tem beneficiado de uma renovação, reconstrução e replantação muito extensa.
Em finais de 2012, André Esteves, empresário brasileiro, também apaixonado pela região do Douro, tornou-se o principal acionista da Romaneira, em parceria com Christian Seely. Com os dois sócios a partilhar o mesmo sonho, a Quinta consolidou desde então a sua posição entre os produtores de elite de vinhos e Vinhos do Porto do Douro. A Quinta da Romaneira exprime hoje, após mais de 260 anos de existência, através dos seus vinhos todo o potencial de grandeza do seu terroir histórico. Muitas das parcelas de vinha continuam a ostentar o nome das antigas propriedades pré-filoxéricas que foram originalmente adquiridas para criar a vinha da Romaneira tal como ela existe hoje:  Liceiras, Carrapata, Malhadal, Barca, Bairral e Pulga - a maioria delas classificadas nas demarcações pombalinas de 1757 como produtoras de "Vinho de Feitoria" (a mais alta qualidade na altura - com capacidade de exportação através da "Feitoria Inglesa" do Porto).


 

Galeria

A  Romaneira é uma quinta com um terroir magnífico e uma beleza deslumbrante.

Equipa